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Foto do escritorFred Ferreira

Muitos produtos irão ainda morrer

Nestes tempos de mudanças rápidas, crise econômica e busca pelo novo, muitos empreendedores trabalham com a hipótese de desenvolverem novos produtos. A todo o momento somos bombardeados com novas ofertas. Chega a sufocar! Porém, é confortável saber que muitos irão morrer.


Para desenvolverem novos produtos se faz necessário entender uma premissa básica: produtos nascem da identificação de necessidades e desejos de seu público-alvo. Essas necessidades fazem parte da constituição básica do homem (ex: sede, fome, frio, etc.). Já os desejos podem ser criados. À medida que a sociedade evolui, os desejos de seus membros tendem a aumentar, já que a evolução da tecnologia e de processos acontece em paralelo, permitindo assim o surgimento de inovações para o consumo. Este entendimento é fundamental para o desenvolvimento de qualquer produto. Lembre-se que o consumidor não compra um produto nem mesmo um serviço. O consumidor paga pela satisfação de uma necessidade ou de um desejo. Ainda não sabemos se estamos criando uma sociedade viciada ou dependente destes desejos e até que ponto isso é prejudicial.


Mas, na ótica empreendedora, o certo é que os produtos são apenas um meio de conseguir vantagens competitivas. Não podemos, portanto, colocar toda nossa esperança em algo que vai morrer em breve. Todo produto tem seu ciclo de vida, ou seja, nasce, cresce, amadurece e morre. E este ciclo tem se tornado cada vez menor. Alguns produtos mal são lançados e já se estuda a possibilidade da sua substituição. Isso acontece devido a maior competição do mercado e as mudanças constantes nos desejos dos consumidores. Podemos concluir que as estratégias de produtos têm que ser somadas as outras estratégias empresariais.


Você é apaixonado(a) por seu produto a ponto de nunca tirá-lo do seu portfólio? Você é apaixonado(a) por sua ideia? Oferecer um produto ao mercado só porque você tem um apego por este, é a mesma coisa de uma mãe defender um filho mesmo sabendo que este fez algo de errado. Quem oculta um erro também tem culpa. Então, ter a consciência que produtos têm hora e data marcada para nascerem e morrerem significa agir de forma estratégica. Pensando desta maneira, poderemos não só desenvolver melhorias em nossos produtos como também diminuir a oferta de produtos no mercado. Mas, o difícil não é termos este raciocínio. O difícil é percebermos o momento exato de inovarmos. A hora da criação ou de melhoria de um produto é o resultado de uma boa análise de mercado e do ciclo de vida do mesmo. Um bom exemplo é o do setor de tecnologia. Novos produtos são lançados de forma quase que instantânea a criação de novos desejos. Também, neste setor todos tem consciência que sua vida útil é pequena.


Por fim, para aqueles que estão atrás do sonho de criarem um nova "Big Tech", vale aqui uma dica: este produto tem que agradar primeiro os consumidores. Sua aprovação inicial não tem muita importância. Inovar apenas pela pressão do mercado também não faz muito sentido. Afinal, sempre criamos um filho para o mundo! Protegê-lo demais pode estragá-lo! Multiplicá-los, pelo nosso bel-prazer, pode aumentar os problemas da superpopulação.

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